segunda-feira, 25 de março de 2013

Devaneios do Ranzinza: O QUE É UMA CRÔNICA?


Roberto Prado colabora com o Folhetim Cultural desde o início de 2011, Devaneios do Ranzinza a partir deste ano todas ás segundas 18 horas e o Chá das 5 uma vez ao mês no sábado. Roberto Prado já publicou dois livros pela (CBJE) Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Gringas e Outras Histórias está na segunda edição.
Blog de Roberto Prado: http://blogdonemesis.blogspot.com.br/




O QUE É UMA CRÔNICA?


Crônica, nada é mais fútil, mais importante, mais sem graça, mais cheia de fatos e dados históricos, que uma crônica.

Ela é extremamente datada, mais em poucos anos é importantíssima como fonte de pesquisa de comportamentos. Ela é uma fotografia, que tirada hoje, amanhã está amarelada e desbotada.

Encontrada num arquivo, no futuro, mostra-se radiante como uma pintura à óleo.

A crônica é um inferno quando temos assuntos à mão cheia, e um delicioso desafio quando nos falta assunto, quando olhamos a janela e nada vemos, olhamos para os lados e nada nos surge por milagre, então reviramos gavetas, revemos velhas fotos, esprememos os miolos à busca de velhas memórias, vamos à cozinha tomamos um café, folheamos o jornal de ontem, as revistas de passadas semanas, vamos ao jardim, levamos o lixo para fora, atendemos telefones (com raiva, afinal ele nos dispersou a concentração), lemos velhas cartas, ou os e-mails que nos enchem a caixa, enfim feito fantasmas vagamos, ora com o corpo, ora com a mente pela casa e pelo espaço/tempo.

Então passadas as horas, desesperados, sentamo-nos em frente ao monitor e contamos a miséria que foi o dia de hoje, o “ter de escrever”, e voilá, temos a crônica ali, bonitinha, rindo de nossa cara, de nosso desespero, de nossa aflição, de nossa camisa ensopada de suor.

A crônica é peleja, um medir de forças, em que o vencedor é sempre e sempre o leitor, que recebe essa futilidade, essa falta de assunto, esse divagar sem sentido, esse dado histórico, essa fotografia do dia a dia.

A Crônica é uma razão de viver.

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