quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Diário de uma adolescente: Nova de novo



Bárbara Fernanda Cândido, cursou o ensino médio. Trabalhando em uma academia, detesta as futilidades das pessoas que idolatram somente a a aparência física. Seus Hobbies é ir ao cinema, exposições, conhecer lugares novos e a tranquilidade de uma boa chácara para esquecer do mundo. Escreve desde pequena, influenciada por mãe e professores que sempre observaram seu talento. Gosta de livros de ficção, suspense e romances.



Nova de novo

...E enquanto Lindsay rasgava a última página do seu diário e jogava na lareira, pensava consigo:
-Me livrei de mais uma!
Virou-se e jogou-se no sofá vendo tudo aquilo queimar e achou estranhamente engraçado, estranhamente vazio. 
Porque por mais que cantasse, dissesse que estava incrivelmente bem ela não estava. Na sua vida faltavam hiatos gigantes que ela em sua ignorância não compreendia.
Alisava seus próprios cabelos e pensava sozinha em sua história esquisita. Ah sim! Muito esquisita.  

-Novela mexicana! - gritava sua amiga quando Lindsay começava a recontar tudo pela enésima vez - Deus não foi um cara legal quando escreveu sua vida amiga...

Depois desse terrível tapa na cara, Lindsay desistiu de contar qualquer coisa. O fato era: vida particular, resolva-se sozinha! E pronto. Caia chuva, saia sol as coisas não eram boas quando você tenta conversar e desabafar. Cada um vai interpretar de uma maneira diferente e dar uma solução diferente. E bagunças demais já eram suficientes por enquanto.

Não tendo amiga, tolerância, fato ou importância, e olhando para aquele fogo queimando toda sua dramaturgia, tragédia grega, pensou :

-Na próxima vida venho uma borboleta!

Quando levantou prestes a abrir a porta, tendo a ideia otária de sair para beber, viu no canto da sala o que ela em sua pressa de acabar com seu diário havia esquecido. Uma foto. Uma foto que ela colara a tanto tempo. Uma foto  dela frente a uma bela paisagem. E atrás em letras caprichosas (suas letras? Poxa...) estava escrito: Apaixonada e feliz. Daqui até a eternidade!

Olhou aquilo e esquecera-se que algum dia fora tão feliz. Feliz e apaixonada, incrível! Sensacional! Seu cabelo era diferente, com mais vida, seu rosto intenso. E sentiu falta daquilo. 'Daqui até a eternidade...'  E que eternidade era essa que vivia? Deixando tudo e o fogo de coisas imprevisíveis a consumirem? A felicidade não bateria em sua porta e diria: Olá! Vim te fazer companhia!  Felicidade se busca e se conquista. E um sorriso não é difícil de fazer. Sorria e só. 

E então, achando sua versão de 10 minutos atrás uma coisa espalhafatosamente ridícula e infeliz, pegou sua bolsa, apagou a lareira, anotou mentalmente: 'Comprar agenda nova!'  Caçou pelo sofá seu celular (O celular! Esquecera que havia uma vida social a cumprir...) procurou o nº de telefone e ligou:

-Amiga? É...sou eu! Não, não morri! Humm que tal pegar uma praia hoje? Ahn? Quem disse? Eu gosto de praia sim! Esquece tudo... Tah!? Depois podemos ir ao shopping comprar uma penca de roupas novas para sair no fim de semana. Dinheiro? Não é problema! Felicidade não tem preço. Para todas as outras use o magnifico Cartão de Crédito!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Devaneios do Ranzinza por Roberto Prado


Roberto Prado, 49 anos Santos, São Paulo.

Publicou dois livros, é funcionário público. Talentoso escritor, irá escrever aos sábados 10 horas da manhã, no Folhetim Cultural com reprise nas terças ás 20 horas. Pelo Folhetim ainda escreverá uma vez ao mês no Chá das 5.
Blog do Roberto Prado: http://blogdonemesis.blogspot.com/
E-mail do Folhetim Cultural: folhetimcultural@hotmail.com
E-mail: rpjbarbosa@fazenda.sp.gov.br


EVOLUÇÃO




Parte 1ª

Sons de trovoada, raios, terremoto, deslizamento, um caos total.
Sons de chuva
Água correndo

Voz de embargada – Mas que lama é essa? Cadê meus pés? Onde estou? Por que me sinto assim tão estranho? Preciso de um espelho... – som de alguma coisa rastejando – Acho que não acharei nenhum espelho por aqui, vou ter que me contentar com uma poça d’água. – MÚSICA DRAMÁTICA – Não, não, não... Cheguei nesse mundo na hora errada! Ainda sou um verme rastejante, levarei milhões de anos para me tornar um macaco, outros tantos bilhões para me torna rum homem... – CHORO CONVULSIVO – Não...

Som de uma ave de rapina

Era só o que me faltava, vou ser devorado com menos de um minuto de vida. Espero que na próxima... – interrompido pela ave que o come.

Som em fade-out da ave se afastando



2ª Parte

Voz – Não acredito, acabei de ser devorado por uma ave e voltei como filhote dela. Acho que minha reencarnação foi rápida porque não tem ninguém na fila. Terei que pagar meus pecados. Mas que pecados se ainda não tive a oportunidade de errar? ...

- Mas o que é isso? Uma outra ave maior ainda que a primeira? Socor...


[interrompido pela ave que o come]
[som em fade-out da ave se afastando]


3ª Parte

[um milhão de anos depois]

Voz – Aqui está tudo muito escuro e sossegado para o meu gosto (som de campainha) Ok, ok, eu sei que ainda não tive tempo para desenvolver meu gosto, mas sei quando algo está errado. Nessa escuridão não consigo nem me imaginar como sou, nem sei se já ando ou se ainda rastejo. (sou de algo rastejando) diabos, ainda não nasci com pernas... Maldita evolução que atrapalha as minhas vindas... Vamos lá (som de mãos tateando uma parede) vamos lá, parece que estou conseguindo, onde esse corredor me levará? (som de mãos tateando uma parede) vamos láááááááááá (eco)

(som de algo estatelando no chão)

Voz – Fui vítima do primeiro eclipse solar de minha vida!


4ª Parte
(muito tempos depois na Idade Média, no quintal da casa de Brueghel)
[som de flecha atingindo alguma coisa]


Voz – Arrgghhh! Puxa vida, fui nascer exatamente agora, no meio de uma competição de tiro ao alvo com arco e flecha. Mas que dor é essa? Algo me atingiu no exato momento em que abria os olhos para ver onde estava. A dor é intensa, sinto que não vou agüentar muito tempo. Quem é esse cara aí embaixo? Será que sou eu? E se sou eu, então quer dizer que morri com a flechada e minha alma está deixando meu corpo agora. Espere, estou começando a enxergar alguma coisa, minha visão está ficando mais clara.

[grito]

- Nããããoooooooo!!! Eu sou o verme da maçã!



5ª Parte

[24 horas depois]


Voz – Não é possível! Escuro outra vez? Terei nascido cego dessa vez? Cego mas com membros desenvolvidos para compensar? Pernas, braços, cabeça sobre um pescoço flexível, dedos, dedos nas mãos, dedos nos pés, que a bem da verdade não seu para o que serve... Mas que barulho é esse? Ótimo! Não nasci surdo! (som de algo líquido se mexendo) mas que diabos é isso afinal? Se ao menos pudesse entender como vim parar aqui... Tudo o que me lembro é de uma flecha vindo em minha direção, um grito – o meu grito – e essa maldita escuridão outra vez.(som de algo líquido se mexendo) Oh! Não, não nããããããão (eco) Como isso pode estar acontecendo comigo? Alguém comeu aquela maçã, e a mação foi digerida comigo dentro, e agora, agora, agora, sou parte da flora intestinal! Não, agora eu vejo uma luz se aproximando... Nãããããão

(som de algo líquido se mexendo)


6ª Parte
[24 segundos depois] – [choro de criança]

Voz - Nasci, nasci...puxa vida, mas que pesadelo essa tal de evolução! Quem são esses caras? Que roupas engraçadas. Quem é essa aí? Não sei por que, mas gostei dela. Puxa como está quentinho aqui. O que é isso? Huuummmm...delícia esse líquido branco e quente. Agora sim, parece que desta vez estou no topo da cadeia alimentar. Finalmente posso começar a minha missão.


7ª Parte
[31 anos depois]

Voz – Blahhhhhg! Cá estou eu de volta a esse globinho azul cheio de água, lama e frio. Na minha última encarnação achei que já voltaria como homem, mas qual não foi minha surpresa ao descobrir que tinha vindo como lactobacilo vivo... E pensar que já estava todo entusiasmado com aquele pessoal vestido de branco, aquele líquido branco e quente, que descobri ser leite de vaca... Terminei minha vida poucas horas após ter me transformado em iogurte. E agora aqui estou guardado nesse tubo de ensaio esperando para ser inseminado em algum útero. Mas não me desespero, não, não. Nunca estive tão próximo de me tornar um ser humano. Estou louco para saber qual é a sensação de ter braços e pernas... Aliás, tão logo nasça e cresça vou procurar um psiquiatra e estudar profundamente essa minha obsessão por esses membros. (Som de porta metálica abrindo) Opa! Opa, opa! Estão me retirando do freezer, estão me retirando do laboratório, vou ser inseminado, agora chegou a minha vez. Vida ai vou eu!!!

(Som de vidro caindo no chão)



8ª Parte
Quatro horas, quinze minutos e trinta décimos depois.

Voz – Tenho certeza que sou um cara azarado. Peraí, cara ou mina? Nem nasci ainda, como vou saber?
      Lá vou eu pra fila de novo, pelo menos agora me prometeram nascer com mãos e pés. Mas a fila tá tão grande. Deixa eu ver meu número...puta merda eu sou o número 126.276.344.987 da fila. Quanto tempo será que vai levar para que eu reencarne?
      Enquanto isso vou ficar por aqui, lendo um livro, jogando conversa fora, fazendo alguma coisa pra matar o tempo.

[som de tempo passando]

      Puxa vida, ainda faltam 154.123.003.438. Será que não tem um jeito mais rápido de reencarnar? Passar na frente de alguém? Vou fazer uma ligação para uns conhecidos.

[som de telefone]

      Então, será que você não consegue me colocar nessa outra fila? Eu tenho urgência, não agüento esperar mais...


9ª Parte


[a pressa é inimiga da perfeição]


Voz - (com eco distante)– Ok, ok, ok, eu tentei exercer minha paciência... Só Deus sabe o que tenho passado nesses últimos milênios para vir prá esse globinho lamacento, complicado e cheio de má-vontade, mas chega! Ou volto agora ou não volto mais, não vou ficar flutuando nesse éter esperando chegar a minha vez de encarnar. (telefone sendo discado) – Alô! É da concorrência? Pois é sou eu... Sim ainda estou aqui... Depois de um curto pensar resolvi aceitar a sua proposta... Ótimo. Não vou precisar esperar na fila? Então está combinado... (gargalhada satânica) consegui vender minha pro diabo, e pro diabo com fila. Vida ai vou eu! Dessa vez é prá valer...

(gargalhada satânica em fade out)



10ª Parte

[som de crianças chorando]

Voz – Meu Deus, mas que vida é essa que eu estou levando? Que diabo de vida é essa? Mas é claro, só podia ser assim mesmo, é o que dá querer levar vantagem, agora tenho que pagar os pecados que nunca cometi.

[som de crianças chorando ainda]

Uesleison, Ferdinandison, Glaucélio, Berecilde, Gilmarlândia, Uótison, Oscarcélio, Acioneide, Marcelândia, parem já de chorar. Não agüento mais essa vida de pobre. Aí como eu me arrependo de furar a fila. Socorroooooooooo!!!



FIM
(gargalhada satânica)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sentires poético por Ianê Mello


Nascida no Rio de Janeiro (RJ). É educadora, pós-graduada em Pedagogia e Orientadora Educacional. Identificada com as diversas propostas em textos literários. Seus textos incluem contos, crônicas, aforismos, haicais e poesias. Alguns deles são publicados na internet, em sites, blogs e revistas eletrônicas. Escreveu um livro de contos  "Rocktales - Contos do Rock" com o escritor Beto Palaio, a ser publicado em breve.



FILHOS DA LUZ

De alabastro
translúcido mineral
incensos e perfumes
a queimar
De cristal
transparente
claro e límpido
De lume
perfeita fonte de luz
reluzente clarão
De perfume
odores de rosa
amadeirados
alecrim, cravo
e canela
De planícies
suave relevo
plano
de beleza ímpar
De constelações
linhas imaginárias
brilhantes formas
Do universo
o todo, o tudo
estrelas
planetas
satélites
seres vivos
inanimados
nós humanos
feitos de sombra
feitos de luz
de vida e de morte
do tudo e do nada
seres viventes
nesse Universo
criaturas tal o alabastro
filhos do pó de estrelas

domingo, 27 de novembro de 2011

Poesia Me Apaixonei é publicada no site Poesias On Line

O Poeta Magno Oliveira publicou mais uma poesia sua no site de poesias on line. A poesia desta semana é Me Apaixonei.

Trecho da poesia


Me apaixonei

Por um olhar intrigante,

Me apaixonei

Por um sorriso cativante.






Site: http://www.poesiasonline.com/


Sobre o poeta

Magno nasceu em Santa Isabel no dia 01 de maio de 1992, aos 8 anos de idade se mudou com sua mãe para morar na cidade de Poá, a qual reside até hoje. Começou a escrever aos 13 anos suas primeiras poesias, porém desde cedo já escrevia redações e outros tipos de textos.

2009: Magno Oliveira começa a publicar seus primeiros textos no blog do primo Bruno Martins.
2009: Logo após alguns meses cria seu próprio blog, que mais tarde teve indicação para participar do prêmio Top Blog.
2009: Poesia Poá participa da exposição no Centro Cultural Taiguara em homenagem a passagem de aniversário da cidade.
2009: Poesia Como Vou Parar de te Amar participa de um concurso municipal entre escolas da cidade de Poá, Magno Oliveira recebe honra ao mérito e certificado.
2010: Poesia Amazônia é publicada na 1º edição do Jornal Mídia Ambiental.
2010: Blog Folhetim Cultural é indicado para participar do prêmio Top Blog e fica entre os 100 melhores (blog administrado por Magno Oliveira).
2010: Estreia quadro O Poeta Entrevista no jornal Mídia Ambiental entrevistando o escritor Roberto Prado. (única entrevista publicada)
2011: Começa a escrever sua coluna poética No Café da Manhã com Poesia no blog: Folhetim Cultural e também quadro de entrevistas O Poeta Entrevista.
2011: Organização do prêmio Top Blog, devido a expressa votação do blog ano anterior é convidado a participar mais uma vez do concurso e neste ano o blog ficou entre os dez melhores blogs chegando a grande final.
2011: Poesia Heroico Sorriso é selecionada para ser publicada em livro.
2011: Poesia Heroico Sorriso e Desabafo do Poeta concorrem em concurso cultural promovido pela Secretaria de Cultura de Suzano.
2011: O poeta é convidado a participar de dezenas de concursos de poesia.
2011: Concede entrevista a Rute Beserra do blog Literatura Infantil.

Twitter de Magno Oliveira: http://twitter.com/#!/oliveirasmagno
Twitter Folhetim Cultural: http://twitter.com/#!/FolhetimCultura





No Café da Manhã com Poesia: Temos


Magno Oliveira é poeta, blogueiro e repórter cultural. Junto com o radialista Bruno Martins criou o Blog Folhetim Cultural e todo sábado escreverá No Café da Manhã com Poesia ás 07 da manhã, com reprise aos domingos ás 09 horas da manhã.
E-mail do blog: folhetimcultural@hotmail.com
Magno Oliveira no twitter: http://twitter.com/#!/oliveirasmagno
Telefone: 55 11 61903992
E-mail/ Orkut: oliveira_m_silva@hotmail.com




Poesia: Temos

Temos que parar só de sonhar
Sonhar é bom,
Mas sonhar e não realizar
É como se fosse uma festa sem música.

Temos que sempre lutar
Não podemos desistir
Temos que sempre acreditar
Para um dia vencer.

sábado, 26 de novembro de 2011

Chá das 5 com Ailton Sales


Ailton Sales se considera trovador. Nascido em Minas Gerais já residiu em São Paulo. Onde trabalhou e teve várias profissões, está atualmente aposentado na cidade de Poços de Caldas MG. Uma vez ao mês irá dar mostra de seu talento aqui no Folhetim Cultural ás 17 horas aos sábados e nas quintas feiras também ás 17 (reprise).

E-mail do Ailton: sales.ailton@hotmail.com

Charge Amante Passional por Alexandre Costa



Alexandre Costa – Formado em Comunicação e Tecnologia, Design gráfico, escrevinhador. Nascido no Rio de Janeiro e morador de Santos. Começou a escrever em 2001, mas desde a adolescência rabisca seus textos. Criou o amante passional em 2009.
Aos sábados Amante Passional será postado sempre ás 15 horas.
Twitter do Folhetim Cultural: http://twitter.com/#!/FolhetimCultura
E-mail do Folhetim Cultural: folhetimcultural@hotmail.com
Blog do Alexandre Costa: http://amantepassional.wordpress.com